A Honda CBX 750, conhecida no Brasil como CBX 750F, conhecida carinhosamente como “Sete Galo” (Galo em referência ao número 50 no Jogo do Bicho), marcou uma era no motociclismo nacional. Lançada em 1984 no mercado internacional, essa máquina icônica desembarcou no Brasil, inicialmente, através de importação oficial, em 1986 e rapidamente conquistou os motociclistas brasileiros. Seu design arrojado, desempenho impressionante, um ronco inigualável e status de moto de alta cilindrada fizeram dela um verdadeiro sonho de consumo.
O Grande Sucesso da CBX 750 no Brasil
Na década de 1980, o Brasil ainda tinha poucas opções de motos de grande cilindrada disponíveis oficialmente. A CBX 750 chegou trazendo uma revolução para o segmento, sendo a primeira motocicleta de quatro cilindros fabricada no país. Com um motor de 747cc, potência na faixa dos 82 cv, 6,5 Kgf.M a 8000 RPM e um ronco inconfundível, essa moto se tornou um símbolo de status e potência.
Além de ser um ícone para os motociclistas, a CBX 750 também foi amplamente adotada pelas forças policiais no Brasil. Modelos adaptados para patrulhamento foram utilizados por muitos anos pela Polícia Rodoviária Federal e outras corporações, consolidando ainda mais sua presença no imaginário popular.
A CBX 750 foi a moto mais cara do mundo?
Uma das lendas mais conhecidas sobre a CBX 750 no Brasil é a de que, em seu lançamento, ela era a moto mais cara do mundo. Embora essa afirmação tenha se popularizado entre os fãs, na realidade, o que aconteceu foi que, devido às políticas de importação com altas texas e à alta carga tributária da época, a CBX 750 chegou ao mercado brasileiro com um preço extremamente elevado em comparação ao que era praticado em outros países. Isso a tornava inacessível para a maioria dos motociclistas, tornando-se um artigo de luxo, reforçando ainda mais sua aura de exclusividade. Contudo, não há registros oficiais que confirmem que ela chegou a ser a mais cara globalmente naquela ocasião.
Tecnologia de Ponta para a Época
A CBX 750 chegou ao Brasil trazendo diferenciais tecnológicos que a colocavam muito à frente das concorrentes da época. Com um motor DOHC de quatro cilindros em linha e refrigeração a ar, a moto oferecia um desempenho superior e uma entrega de potência linear, algo raro no mercado nacional da época. Além disso, contava com um sistema de freios a disco duplo na dianteira, suspensão traseira Pro-Link e um painel de instrumentos completo, com indicadores de combustível e temperatuda que eram uma novidade para muitos motociclistas brasileiros. Esses avanços fizeram da CBX 750 um verdadeiro divisor de águas, elevando o padrão das motocicletas vendidas no país e influenciando os modelos que vieram depois.
A Saída do Mercado e a Lenda que Permanece
Com o avanço da tecnologia e a chegada de novos modelos mais avançados tecnologicamente contribuíram para sua saída, a CBX 750 acabou saindo de linha no Brasil em 1994. Sua produção foi descontinuada sem uma substituta direta, deixando um vazio no coração dos apaixonados por motocicletas.
Com o fim da CBX 750, a Honda investiu em outras motocicletas de alta cilindrada, como a CBR 600F e 1000F e posteriormente a CB 600F Hornet, que herdaram um pouco do legado da Sete Galo.
Seu legado, no entanto, permaneceu vivo, e até hoje a CBX 750 é uma das motos mais cultuadas no Brasil. Muitos exemplares ainda circulam pelas ruas e são cuidadosamente mantidos por seus donos, que valorizam o estilo, o desempenho e a nostalgia que essa moto carrega.
Conclusão
Mesmo décadas após sua descontinuação, a Honda CBX 750 continua sendo uma das motocicletas mais icônicas do Brasil. Seu design, desempenho e status ajudaram a construir uma lenda que persiste até hoje. Para muitos motociclistas, ela representa uma época de ouro do motociclismo nacional, sendo lembrada com carinho e admiração. Se você já teve a oportunidade de pilotar uma CBX 750, sabe o quanto essa máquina é especial. Caso contrário, basta ouvir o ronco característico de um desses motores para entender por que ela se tornou um verdadeiro mito sobre duas rodas.
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